Cultura Surda
Deficiente
auditivo, surdo ou surdo-mudo?
O
surdo-mudo é a mais antiga e inadequada denominação atribuída ao
surdo, e infelizmente ainda utilizada em certas áreas e divulgada
nos meios de comunicação. Para eles, o fato de uma pessoa ser surda
não significa que ela seja muda. A mudez significa que a pessoa não
emite sons vocais. Para a comunidade surda, o deficiente auditivo não
participa de Associações e não sabe Libras. O surdo é aquele que
tem a Libras como sua língua.
Compreendendo
o mundo surdo.
Por
anos, muitos têm avaliado de forma depreciativa o conhecimento
pessoal dos surdos. Alguns acham que os surdos não sabem
praticamente nada, porque não ouvem nada. Há pais que super
protegem seus filhos surdos ou temem integrá-los no mundo dos
ouvintes ou mesmo no mundo dos surdos. Outros encaram a língua de
sinais como primitiva, ou inferior, à língua falada. Não é de
admirar que, com tal desconhecimento, alguns surdos se sintam
oprimidos e incompreendidos.
Em
contraste, muitos surdos consideram-se “capacitados”.
Comunicam-se fluentemente entre si, desenvolvem auto-estima e têm
bom desempenho acadêmico, social e espiritual. Infelizmente, os
maus-tratos que muitos surdos sofrem levam alguns deles a suspeitar
dos ouvintes. Contudo, quando os ouvintes interessam-se sinceramente
em entender a cultura surda e a língua de sinais, e encaram os
surdos como pessoas “capacitadas”, todos se beneficiam.
Comunicação
visual
Para
estabelecer uma boa comunicação com uma pessoa surda é importante
o claro e apropriado contato visual entre as pessoas. É uma
necessidade, quando os surdos se comunicam. De fato, quando duas
pessoas conversam em língua de sinais é considerado rude desviar o
olhar e interromper o contato visual.
E
como captar a atenção de um surdo?
Em
vez de gritar ou falar o nome da pessoa é melhor chamar sua atenção
através de um leve toque no ombro ou no braço dela, acenar se a
pessoa estiver perto ou se estiver distante. Dependendo da situação,
pode-se dar umas batidinhas no chão (ele poderá sentir a vibração
através do corpo) ou fazer piscar a luz. Então, converse com o
surdo olhando em seus olhos.
Para
se fazer entender, não se envergonhe de apontar, desenhar, escrever
ou dramatizar. Utilize muito suas expressões faciais e corporais.
Tais recursos são importantes quando não há ainda domínio da
língua de sinais.
Esses
e outros métodos apropriados de captar a atenção dão
reconhecimento à experiência visual dos Surdos e fazem parte da
cultura surda. Aprender uma língua de sinais não é simplesmente
aprender sinais de um dicionário.
Muitos
aprendem diretamente com os que usam a língua de sinais no seu
dia-a-dia — os surdos. Em todo o mundo, os surdos expandem seus
horizontes usando uma rica língua de sinais.
O
surdo difere do ouvinte, não apenas porque não ouve, mas porque
desenvolve potencialidades psico-culturais próprias.